quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Começou

Meu primeiro post de 2009 ia começar da seguinte maneira: "2009 começou em 1991". A partir disso iria traçar uma série de teorias pretensiosas sobre os revivals e como é impossivel livrar-se disso. Desisti.

Para não passar janeiro completament em branco chupei isso daqui. Depois meus dias tornaram-se melhores.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Hora da garagem. Hora da caneta.

Sou um entusiasta de tecnologia há muito tempo. Da época em que ainda se falava muito do surgimento do primeiro Apple numa garagem, feito com um monte de peças baratinhas ou do primeiro hardware feito pela Hewlett Packard, uma calculadora cientifica. Onde? Numa garagem. E por ai a fora.

Pelo que me consta Henry Ford também construíu seu primeiro automóvel dentro de casa e só Deus sabe o número de coisas que surgiram assim.

Não que a garagem seja a parte central aqui, mas sim o que ela simboliza: Obter grandes coisas através de uma idéia, muito esforço e, ãhhh, alguma sucata talvez?

Fascinante possibilidade!

Tomado por esses exemplos comecei a observar avidamente minha garagem e suas possibilidades e descobri (não por culpa da pobre garagem) que suas possibilidades se limitavam a guardar um carrro e produzir trincas em 90 graus (essas não são perigosas.).

Então veio o Linux, veio a camera digital veio o I Phone e eu tinha uma garagem improdutiva que me deprimia.

Claro você pode estar pensando ora! Com um pouco de boa vontade e muito esforço o I Phone poderia ter saído da garagem de algum estudante.

Vejamos o caso do Linux só para exemplificar.

O Incrível (palmas para ele senhoras e senhores...) Criador do Linux fez isso em casa! E é verdade! Porem o que ele fez foi o Kernel do sistema (Não vou explicar isso aqui. Esqueça. Mas pense que é uma coisa bem pequena uma titica dessas de passarinho.) o resto, o Linux como você conhece (ou não se tiver sorte) só aconteceu porque havia uma equipe com bons equipamentos e tempo custeado por grandes empresas do setor coisa que nem de longe lembraria a garagem do pessoal da Apple. Isso tudo deu origem ao Linux que você conhece (ou não se tiver sorte).

O que me levou a seguinte conclusão:

Quer criar alguma coisa grandiosa? Quer fazer a diferença? Quer ser lembrado por algum feito de importância?

O caminho hoje em dia é montar um laboratório de pesquisa com coisas cujo nome começa com super como: Super-Acelerador de Particulas, Super-Servidor, Super... etc
E é claro conseguir gente com super-curriculos que saibam usar tudo o que tiver de super por lá a fim de obter algum resultado.

Caso a grana esteja meio curta você ainda pode desenhar alguma coisa num papel e entrar em contato com um executivo de uma das grandes indústrias de tecnologia, para que ele de uma olhada no seu rabisco e então invista bilhões para que um monte de gente faça a sua idéia funcionar.

Se sua agenda estiver meio pobre de telefones de executivos das grandes indústrias de tecnologia as coisas voltam a ficar difíceis.

Então sinto muito, mas o sonho acabou. É isso.

A época dos gênios criativos de garagens se foi. Acredite.
Nada que seja criado com boa vontade e algumas peças baratas vai ter futuro.

Se tentei? Não nem tentei, Depois de ter pensando sobre tudo isso, desanimei.

Mas ainda queria ser produtivo de alguma forma! Me sentia obrigado e isso estava tirando minha paz de espírito.

Então fiz a única coisa que um cara sem grana nem aptidões matemáticas que valham alguma coisa (as quatro operações não contam) poderia fazer. Comecei a escrever. E tive uma grata surpresa.

Parece uma visão negra. Mas diria eu que é inspiradora e tranqüilizadora.
É a esperança de sucesso para alguns ou simplesmente o alivio de se sentir-se um contribuinte valoroso desse mundinho triste que é filho nosso. E o que é melhor eu gosto de escrever! Se isso é bom eu não sei, só sei que gosto e tem meu nome! Eu sou o que escrevo ou escrevo o que sou. Enfim essa é uma idéia perigosa que irei digerir com mais calma.

A Beleza da coisa é que a paz de espírito a sensação de ser um contribuinte ativo da raça humana e coisa e tal, fica ao alcance de uma esferográfica dessas que se ganha (ganhava) aos montes dos políticos em época de eleição. E se o caminho for comprar a dita cuja, mesmo com quarenta por cento de imposto embutido pelo governo ainda assim sai bem mais em conta que o acelerador de partículas.

Como os protótipos feitos nas garagens, às primeiras tentativas com a caneta, tendem a criar monstruosidades como esse texto aqui. O Caminho não é fácil, mas pelo menos é barato. Além disso, existe possibilidade de se ganhar alguma notoriedade mesmo que só entre os amigos e a família. O que, convenhamos, é muito mais do que qualquer um de nós conseguira ganhar com sua garagem.

Eu particularmente escrevo no quarto. Deixei a garagem só para o carro mesmo. A notoriedade ainda não veio (está muito cedo, está muito cedo).

Quem sabe eu não acabe escrevendo em alguns anos algum romance tecnológico cheio de garagens produtivas. Tudo saindo da caneta.

Se escolher a cravejada de diamantes eles fazem até um desconto.