quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Odair

Odair

Peguei-me pensando, e assim permaneci por um longo tempo até poder escrever algo, o que se tem é o que segue abaixo:

É incrível observar em você uma total tranqüilidade diante de mim ou de alguma lembrança com minha presença. Incrível e inimaginável para mim, que mesmo, que quisesse não poderia agir da mesma forma.

Tenho algo por você dentro de mim que é mais forte. Algo que eu teimava em definir, chamar por ele, e você me proibia.

Então Não posso chamá-lo pelo nome (que acredito ser correto), mas isso não o faz sumir! Caso a se pensar esse...
Decidi então já que não posso matá-lo, trocar seu nome (o dele) por um nome comum. Essa troca seria coerente e o tornaria mais banal (pelo menos o mais possível) assim sorri certo de que tenho por você um grande Odair.

Voltando ao caso...

Quando lhe vejo meu coração acelera meu estomago embrulha e tudo que está à volta some temporariamente. Nessa hora lembro-me do seu cheiro e do calor que se sente quando se abraça alguém, então minha cabeça amalucada dá voltas e meu corpo parece trabalhar desordenadamente todo em função de você.

Mas quem faz isso comigo é Odair. Odair é assim (de mim para você) depois que você passa Odair fica martelando na minha cabeça desejos como:

Abraçá-la tempo suficiente para que as minhas roupas fiquem com o cheiro dela, talvez mais! Abraçá-la até que eu me envolva completamente em seu cheiro! Até que o Mundo todo tenha o cheiro dela!

Definitivamente Odair é despreparado para a vida, por isso deixo o de castigo num canto qualquer.

Mas você não tem um Odair por mim. Nunca houve Odair ai na verdade. Descobri então que é por isso que o meu coração acelera e o seu não. E por isso meus e-mails têm vinte linhas e os seus duas.

Odair ou a falta dele tem dessas coisas, mexe com nós por completo faz esquecer um número de telefone ou lembrar eternamente de um ganso que não deixa alguém dormir de manhã.

Acho que descobri faz tempo que se há Odair em você ele não é para mim, mas só comecei a aceitar agora, tristemente...

E Odair vai ter que se conformar com o destino que lhe deram...

Texto pertencente ao ilustre Sr. Dustter T. Camacho, que me deu a honra de posta-lo.
Vida longa e próspera. Ka'pla.

sábado, 22 de agosto de 2009

Missiva

17/08/2009

Missiva

-Recebi a encomenda, está querendo que eu vá preso? Não me mande correspondências sem falar comigo antes!
-Por quê? O que se passa?
-As pessoas não entendem nomes estranhos e mensagens cifradas em envelopes. Minha mãe teve problemas com o carteiro.
-Como toda essa gente foi envolvida, se a correspondência que enviei era somente para você?
-De agora em diante enderece diretamente a minha pessoa, gracinhas só dentro do envelope. Por favor!
-Podemos processar os Correios por discriminação, violação de correspondência?
-Penso que não.
-Ninguém mais tem senso de humor nos dias de hoje!
-Acho que não. Além disso, o funcionário em questão era paranóico.
-Mandarei uma mensagem especificamente para ele!
-Aparentemente resistir é inútil, soou como seqüestro.
-“Senhor Carteiro sei quem você é, e onde você mora.”.
-O fraco perecerá também não caiu bem. Acho que ele era evangélico. Mas é sério, brincadeiras só dentro do envelope agora. Por favor!
-Ele me paga, minha vingança será terrível.
-Mudando de assunto. Qual o cardápio de hoje meu caro glutão?
-Arroz, feijão, frango atropelado e carne de panela. O frango com alecrim, salada de repolho e guaraná.
-Nossa você matou dois animais para ter uma refeição?
-Três, no feijão tinha torresmo.
-Um caçador impiedoso!
-Sim, faz parte da minha personalidade. Estou planejando uma retaliação contra o carteiro, dor excruciante e terror sem fim. Isso vai envolver uma série de cartões postais em que destruirei a alma dele.
-Desde que não sejam endereçados a mim, sem problema (suspiro).
-O que esse ser infeliz alegou? Havia algum erro de endereçamento? Não paguei a postagem? Se eu enviasse: “Senhor Carteiro, obrigado por entregar essa carta. Tenha um bom dia.” ou “Se caminhar fizesse bem, o carteiro seria IMORTAL”, penso que ele poderia se sentir ameaçado, ofendido ou lisonjeado. Haverá um dia que a automatização dos Correios será total! Aí eu quero ver.
-Fazer o que, se eu tivesse recebido... Mas como foi a progenitora. No meu entender eu deveria poder escrever o que quisesse no envelope, mas cidade pequena, matutos desconfiados.
-Eu coloquei remetente, e também destinatário. Farei uma queixa formal aos correios alegando o direito inalienável a se ter apelidos no Brasil.
-Vai comprar uma briga contra o sistema?
-Em determinada época os Correios gozavam da reputação de "estatal mais confiável do Brasil ao lado dos bombeiros”. Hoje os bombeiros andam posando pra calendários de sunga...
-É o fim dos tempos meu amigo.
-Sim! O que mais falta eles controlarem? Logo irão questionar o envio de formas vivas pelo correio!
-Mas hoje já não se pode enviar nada vivo pelo correio!
-Não? Maldição! Praticamente abortou minha próxima correspondência, em respeito a sua progenitora e ao fato de poder aparecer o Esquadrão Anti-Bombas e o Controle de Animais, não mais enviarei.
-Agradeço a compreensão, mas não pode enviar futuras correspondências aos meus cuidados? Devo pagar pela falta de humor e cultura dos Correios?
-O problema foi somente o apelido?
-Não. Esse foi o problema menor, o maior foi: “O fraco perecerá”. Que tal tentar mandar no meu nome e você pode usar o seu. Clássico, formal e prático.
-Na próxima eu iria enviar: “Não entre em pânico” e “Amor evite se possível”. Estou deveras triste por esse fator não previsto.
-Hoje um jovem mancebo se suicidou aqui, tomou veneno, por causa de mulher.
-Foi é? Na cidade? Leu Wherter?
-Não, não, duvido, é o amor, a paixão e a burrice, não necessariamente nessa ordem.
-Nossa ele tomou o atalho? Ainda se morre por ingestão de veneno?
-Sim, aqui há venenos em garrafões de 5 litros
-Se tivesse se enforcado num ventilador de teto ele seria lembrado para sempre por ela, mas veneno? Chumbinho? Daqueles que matam e secam os ratos? Mata e seca gente?
-Não, glifosato ou organosfosforados.
-E serve para matar o que?
-São indicados para insetos e plantas, mas se esta sendo usado como alivio de amor não correspondido será que não funcionaria contra carteiros?
-Talvez, mas penso que você deva abrir mão da sua vingança, se submeter a um poder maior.
-Poder maior? Qual poder poderia ser maior do que o exercício da liberdade?
-Minha mãe.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Bolinhos: Farinha, Amor, Olhos

20/08/2009

Bolinhos

- Hoje foi ontem; foi um bom dia. Hoje é hoje e será um bom dia.
- Talvez. Que se passa?
- Um vídeo que vi tinha essa frase, também tinha uma receita de bolinhos.
- É? E parecia ser boa?
- Na verdade, a moça não conseguiu seguir a receita. Mas aí ela colocou um rato no microondas e 4 segundos depois ela tinha 4 bolinhos!
- Sugiro a você não tentar isso em casa.
- Os bolinhos pareciam ótimos!
- Como eu disse, pode ser perigoso. Tem coisas que Deus não quer que descubramos, você sabe. Sobre o que era o vídeo?
- Opostos: felicidade e tristeza, maldade e comédia, vingança e generosidade.
- Maldade e comédia não são opostos!
- Não?
- Não. Toda vez que algo é engraçado, algo de mal aconteceu, ou vai acontecer, não imagino o humor sem isso.
- Particularmente acho que a felicidade é uma isca para atrair os incautos para algo terrível.
- Isso validaria minha idéia não?
- Complementaria. Veja é como o aroma de néctar que as plantas carnívoras usam para dar cabo de suas vitimas.
- Uma isca? Como o amor?
-Definitivamente, o amor é uma isca para um mal maior. É como investir 100.000 numa poupança que rende juros altos por mês, só que negativos.
- E quanto à vingança e generosidade?
- No fundo as duas são formas de retribuição, poder.
- Pensando assim, felicidade e tristeza são formas do quê?

domingo, 5 de julho de 2009

Avisos Oníricos

30/06/2009

Sonhos

Argh! Que sonhos inquietantes tive esta noite.

Eu também tive um sonho muito loco.

Verdade? Conta o seu então.

Eu estava com algo no meu dedo indicador, bem na digital. Ali sabe?

Sim, e aí?

Bom aí que estava me incomodando, e doía um pouco, uma coisa estranha. Quando olhei melhor era um carrapato!
Peguei o desgraçado e arranquei-o dali, parecia uma jabuticaba. Maldito parasita!

Hahaha.

Depois fiquei encanado de ter pegado aquela febre do carrapato, acordei e demorei a dormir de novo.

Porra isso pode significar que tem algum parasita tentando viver as suas custas!

É. Realmente pode ser, e o teu sonho?

O meu? Bom, eu estou lendo um livro: como ter sonhos lúcidos em 30 dias. Isso na realidade, não no sonho. Uma das dicas é: você se concentrar em um tema, antes de dormir e resumir esse tema em uma frase.
Eu fiz o processo e a frase ficou assim: quero ter um sonho com sexo! Depois tem que repetir várias vezes a frase. Tive quatro sonhos com sexo!

Rapaz, você é bem louco, isso é eu chamo de viver perigosamente!

Por quê? O processo é totalmente seguro cara! Você controla teus sonhos, neles você pode tudo!

Então, por isso mesmo. Olha a frase que você usou: quero ter um sonho com sexo! Sabendo desse teu lado enrustido, no mínimo você deve ter ido parar em algum tipo de orgia sadomazogayanimalmovéisfilia!

Vai me deixar contar o sonho ou não?

Eu acertei? Vai ter algum elemento fresco no sonho?

Claro que não! Eu sou muito macho cara!

Continue sonhando!

Então, como estava te falando tive quatro sonhos seguidos com sexo, o primeiro é o mais enigmático e interessante. Eu estava, no campo, na roça e tinha uma dessas mercearias que vende de tudo, um desses botecos. Quando entro quem era a atendente? Duvido que você adivinhe!

Era a terapeuta do Nelson, aquela que fez um exame de próstata nele mesmo ele estado de calça jeans!

Cara, você tem problemas. Não, não era a terapeuta que deu uma dedada no Nelson, era a Lívia.

A Lívia? Começa a ficar interessante esse sonho.

Aí ela perguntava o que eu queria. Eu queria um trago, mas tinha somente coisas de criança: balas, chicletes, sorvetes e salgadinhos, refrigerantes, etc.

Tinha fanta uva?

Sei lá se tinha fanta uva, eu odeio fanta uva!

Eu gosto de fanta uva. Tudo bem, prossiga.

Chego no balcão e peço um picolé. Bom, ela pega o picolé, abre e dá uma chupada nele, e me entrega. Nossa fiquei que nem cachorro no cio!

Não sabia que cachorro tinha cio, cara.

Ah, o que importa é que você entendeu, então levei-a pros fundos da mercearia e comecei a jogar uma idéia nela. Ela resistia e tal, falando que tinha que ser profissional, estava no trabalho, então aconteceu! Em um momento de descuido, tasquei a língua na boca dela enquanto esfregava ela na parede no canto da sala.

Mas teve todo esse trabalho pra pegar a Lívia em um sonho que você podia tudo?

É... B em. Você sabe...
Hahaha não cara, ela queria, mas estava se fazendo de difícil.

Estava fazendo doce, entendi.

É.

E aí?

E aí que, depois disso ela me mandou embora, que a família dela estava toda lá e essas coisas.

Mas rolou um sexo nervoso?

No caminho lembrando como a foda tinha sido gostosa resolvi voltar e dar mais umazinha.
Comi. Porra! Claro que rolou um sexo nervoso. Você esta me irritando! Puta que pariu!
Bom, onde eu estava?

Voltando para a mercearia.

Sim, eu voltei querendo comer de novo, nessa parte o sonho fica estranho!
Acredito que a partir daqui o sonho foi meio que influenciado por um monte de poesias do Augusto dos Anjos, e dos pornôs que assisti.
Eu chego na mercearia, nesse momento a raiva me sobe a cabeça, o mais louco é que eu não sinto somente ela, tudo fica misturado, desprezo, indiferença, inveja, sim fico na porta olhando toda família dela, agora eram camponeses selvagens, com tochas e armas afiadas, umas 20 pessoas me esperavam. E o mais bizarro era um bebê sendo carregado em um cesto, que emanava um monte de luz, e parecia ser o menino Jesus.
Só sei que em um arroubo de fúria contra toda essa gente fui matando todos com as próprias armas deles e requintes de crueldade, todo mundo foi ficando assustado, e já começavam a perceber a grande burrada em que eles estavam se metendo, sozinho já tinha matado uns cinco, e continuava trucidando os camponeses selvagens.

Matou a Virgem Maria usando o Menino Jesus como arma? Isso sim seria bizarro.

Até deficiente eu matei. O menino Jesus é a parte mais foda, parei quando chegou a vez dele, e ao invés de matar, dei uma arma na mão da criança e ordenei que ele matasse a outra criança que estava do lado.
Depois disso não lembro mais o que aconteceu nesse sonho. Parece que mudou pra outro cenário, não sei o que ele fez com a arma.

E os outros? Você tinha falado que eram quatro.

São desinteressantes perto deste. Sexo simples e casual como nos filmes pornôs. Mas o primeiro me deixou impressionado, uma combinação do meu dia: sexo, poesia e violência.

Depois desse sonho, meu carrapato onírico não é mais tão interessante!

Sonhos escrevem certo por linhas tortas, é nosso subconsciente tentando nos avisar algo.

Um aviso para que você tente pegar a Lívia?

Seria mais como: Se você comer a Lívia essa mulher vai transformar sua vida num pequeno inferno!

Sim! E nem o menino Jesus irá te salvar.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Enter Mark Sandman

- Mark Sandman morreu!
- O quê?
- Mark Sandman morreu, porra!

Foi mais ou menos assim que há dez anos atrás o camarada Lorenzo anunciava, via fone, a morte de Mark Sandman, aos 46 anos - embora o obituário do New York Times informe que ele morreu com 47 anos. Pouco importa, o líder da banda Morphine havia falecido da maneira mais decente para se morrer: no palco. O réquiem foi em Palestrina, Itália, e a causa foi um infarto fulminante. É óbvio que a notícia teve um impacto imediato em meia dúzia de pessoas, maior ainda em Lorenzo que ficou por umas três horas parados no Bar da Sônia, matutando como um bom jeca. E por quê? Porque Morphine foi cool como uma banda jamais foi. E para nós, moleques do interior, ruins de bola e de mulher, ser cool ou tentar ser cool (veja bem, a palavra em questão não quer dizer muita coisa) era a única saída que nos restava. Parecer tudo isso beirava o pedantismo, olhando agora de uma maneira distante, sem qualquer olhar romântico. E a música do Morphine nos fazia realmente sentir descolados. Aquela mistura de jazz e rock, (rock sem guitarras, rapaz!) calcado em uma poesia beat de segunda batia no peito e dava a sensação de que os sussurros de Mark Sandman (o rapaz parecia sussurrar até quando mandava pauladas como Thursday, do álbum Cure for Pain) falavam diretamente a nós em uma mesa de um bar esfumaçado. Idéia essa, clichê de qualquer aspirante a maldito, seja escritor, seja peão. E nós éramos isso mesmo, aspirantes.

Mark Sandman poderia ser o cara mais legal bacana do mundo, como aparentava seu jeito despojado e sua música calculadamente despretensiosa. Poderia sentar no mesmo bar em que discutíamos idéias vazias ao seu som e rir de nossas piadas. Ou poderia ser o cara mais chato do mundo, passando horas a divagar sobre be-bop, acid jazz, Kerouac e Ginsberg, com um conhecimento de causa que enojaria. O fato é que nunca saberemos nem deveremos saber. A graça do pop reside nisso: divagar sobre coisas que estão distantes e que nos deixam afetar diretamente que faz tudo mais parece insignificante.

Não vou falar aqui sobre o que foi a música do Morphine e qual a herança dela. Eles não tiveram herança, apenas alguns bastardos por aí, vide National Anthem, do Radiohead que propositalmente ou não soa tão Morphine quanto é possível. Mas se quiser aproveitar seus filhos legítimos, basta caçar sua discografia na Internet. Fácil, não?



segunda-feira, 29 de junho de 2009

Da série posts dobre o mundo

Um post Pollyanna sobre o mundo

É uma graça de menina, por isso não faz muito esforço em parecer simpática. Pensa que é por causa nos aparelhos nos dentes ou por sempre andar com roupinhas alegres. Certo dia alguém perde a paciência e conta tudo à Dona Palmira, sua tia avó, a mulher que hoje aparenta ser rude e veste lilás, mas que um dia foi tão formosa quanto a garotinha de cabelo liso, sempre com um rabo de cavalo e com a franja bem cortada.

A graça da situação não está no fato de a menina sempre sorrir, ou cumprimentar a todos com um abraço meio desajeitado. Nada de beijinhos, só o calor de seu corpo. E ao chegar no trabalho, todos os dias pontualmente às 13 horas, os meninos fazem fila. O cortejo a faz se sentir melhor do que ela é.

- A Dona Palmira veio buscá-la! – grita a recepcionista.

Corre e quase esquece de tirar o headset. Beija a velhota na testa e agradece por existir alguém que realmente se preocupa com ela.

Polly wants a cracker, maybe she would like some food

Mais aqui

segunda-feira, 15 de junho de 2009

For Mandy with love s2

09/06/2009

Vestido Azul de Bolinhas Brancas

Desde que eu me lembre, sou um vestido azul de bolinhas brancas frente única. Talvez não seja muita coisa para alguns, mas eu realmente gosto da minha vida. Não é movimentada como a de uma calcinha, ou apertada como a de um sutiã, mas esta longe da monotonia de ser a de um cachecol. Convenhamos cachecóis tem uma vida muito chata!

Quem me usa é uma guria bonita. Bonita, mas meio fraca das idéias. Não que isso seja algo que a afete negativamente, afinal é uma guria muito bonita.

Até acho que poderia dizer muitas coisas sobre ela, porém o que acredito ser mais marcante é quando ela me usa sem calcinha. Tem a pele rosinha, aveludada como um pêssego, quando anda eu me movo na cadência dos seus passos, o rebolado de uma mulher fica seriamente prejudicado sem uma singela calcinha ou um heróico fio dental, nesses momentos eu realmente cumpro meu papel, graças a minha natural elasticidade e a ajuda da física posso delinear toda sua geografia.

E como cheira bem!

Estou em diversas fotos com ela, sempre com um bom caimento e ótima aparência. Penso que alguns amigos do meu recheio, me querem para eles. Digo isso porque sempre que estou nela ficam me puxando, me apertando de encontro aos seus peitos, me levantando. Sinceramente fico com medo de um dia ser arrebatado de tão doce e terno adorno de sedução.

Eu tenho minhas bolas, brancas, e ela também tem suas estampas. A mais especial é uma em forma de V, que esta em seu braço. No início achei que significasse o seu tamanho ou orientasse na escolha de seus amigos, por exemplo, eu sou M então os amigos dela se aproximavam e diziam:

- Você esta a minha espera!

- Por quê?

- Sou o Victor.

Dizia isso apontando para o sinal em seu lindo braço.

Parecia fazer sentido, e era algo simples que parecia agradá-la, com isso tinha sempre um Victor, Valdir, Val, Valter, Valério, Vladmir, Vlad por perto.

Mas depois apareceram Guilherme, André, Mário, Douglas, João, Marcelo, Bruno, Sofia, Marina e outros, então percebi que ela não tinha tamanho.

Outro ponto a favor do meu maravilhoso enchimento é o uso controlado da maquiagem, nada mais grotesco do que ficar parecendo um dos integrantes do KISS em um local úmido, sem falar que eu poderia sair manchado numa situação dessas.

Há algum tempo, aconteceu algo que me deixou preocupado, tínhamos ido a uma festa, eu estava combinando com um sapato negro de salto médio, uma bolsa negra porque como todo mundo já sabe a cor da bolsa deve ser a mesma dos sapatos, unhas curtas totalmente vermelhas, boca vermelho sangue, rubi, lingerie negra.

A música estava muito boa nesse dia, eu rodopiava e pulava indo e vindo, sendo torcido, era uma tensão agradável.

O heróico fiozinho dental que ela usava, tinha pedrinhas de strass que podiam me desfiar, mas era um risco que valia a pena correr, pois não se pode sentir e ver aquele conjunto impunemente.

Luzes música, mãos, bebidas, mais mãos, muito mais bebida, varias pernas. Uma festa memorável.

Quando estava voltando pra casa, eu já percebia algo estranho, não era o movimento com o qual estava acostumado, foi quando entramos em um carro que deveria nos levar em casa.

O motorista era um daqueles que gostavam do modelo V do meu manequim. Ele disse que ela era linda, ela deu um grande sorriso. Quanto mais ele falava mais ela sorria, arrumou o cabelo, senti até um suspiro.

De repente o carro parou e me senti sendo apertado, sua temperatura também mudou, esta realmente quente!

O aperto se tornou mais forte, e também comecei a me esfregado, estranho não havia água nem sabão!

Então ela devia estar cansada mesmo, não a culpo, devido ao tanto que dançamos, dormiu um pouco no colo do motorista, enquanto ele acariciava seus cabelos, até sonhou que estava dançando, sua cabeça se movia em um movimento rítmico para cima e para baixo.

Após um suspiro bem forte ele a acordou, não devia ter feito isso afinal ela estava cansada da festa, ele estava feliz, tinha um sorriso grande e estava ofegante, será que ele era asmático?

Ela se sentou enquanto uma das mãos limpava a boca, com a outra me colocava de novo sob seus lindos peitos, enquanto ela dormia devo ter escorregado.

Ela é mesmo surpreendente, mesmo cansada e depois de tanta agitação ela ainda deu uma grana para o motorista, tem mesmo um grande coração.

Agora estou já no guarda roupa, de onde posso ver ela na cama, onde esta desenhando algo em um caderno, parece ser outra marca, mas acho que dessas vez é algum tipo de instrução parece que o motorista deixou ela com o pescoço machucado.

A instrução diz: Posso resistir a tudo,menos às tentações.(Oscar Wilde)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Começou

Meu primeiro post de 2009 ia começar da seguinte maneira: "2009 começou em 1991". A partir disso iria traçar uma série de teorias pretensiosas sobre os revivals e como é impossivel livrar-se disso. Desisti.

Para não passar janeiro completament em branco chupei isso daqui. Depois meus dias tornaram-se melhores.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Hora da garagem. Hora da caneta.

Sou um entusiasta de tecnologia há muito tempo. Da época em que ainda se falava muito do surgimento do primeiro Apple numa garagem, feito com um monte de peças baratinhas ou do primeiro hardware feito pela Hewlett Packard, uma calculadora cientifica. Onde? Numa garagem. E por ai a fora.

Pelo que me consta Henry Ford também construíu seu primeiro automóvel dentro de casa e só Deus sabe o número de coisas que surgiram assim.

Não que a garagem seja a parte central aqui, mas sim o que ela simboliza: Obter grandes coisas através de uma idéia, muito esforço e, ãhhh, alguma sucata talvez?

Fascinante possibilidade!

Tomado por esses exemplos comecei a observar avidamente minha garagem e suas possibilidades e descobri (não por culpa da pobre garagem) que suas possibilidades se limitavam a guardar um carrro e produzir trincas em 90 graus (essas não são perigosas.).

Então veio o Linux, veio a camera digital veio o I Phone e eu tinha uma garagem improdutiva que me deprimia.

Claro você pode estar pensando ora! Com um pouco de boa vontade e muito esforço o I Phone poderia ter saído da garagem de algum estudante.

Vejamos o caso do Linux só para exemplificar.

O Incrível (palmas para ele senhoras e senhores...) Criador do Linux fez isso em casa! E é verdade! Porem o que ele fez foi o Kernel do sistema (Não vou explicar isso aqui. Esqueça. Mas pense que é uma coisa bem pequena uma titica dessas de passarinho.) o resto, o Linux como você conhece (ou não se tiver sorte) só aconteceu porque havia uma equipe com bons equipamentos e tempo custeado por grandes empresas do setor coisa que nem de longe lembraria a garagem do pessoal da Apple. Isso tudo deu origem ao Linux que você conhece (ou não se tiver sorte).

O que me levou a seguinte conclusão:

Quer criar alguma coisa grandiosa? Quer fazer a diferença? Quer ser lembrado por algum feito de importância?

O caminho hoje em dia é montar um laboratório de pesquisa com coisas cujo nome começa com super como: Super-Acelerador de Particulas, Super-Servidor, Super... etc
E é claro conseguir gente com super-curriculos que saibam usar tudo o que tiver de super por lá a fim de obter algum resultado.

Caso a grana esteja meio curta você ainda pode desenhar alguma coisa num papel e entrar em contato com um executivo de uma das grandes indústrias de tecnologia, para que ele de uma olhada no seu rabisco e então invista bilhões para que um monte de gente faça a sua idéia funcionar.

Se sua agenda estiver meio pobre de telefones de executivos das grandes indústrias de tecnologia as coisas voltam a ficar difíceis.

Então sinto muito, mas o sonho acabou. É isso.

A época dos gênios criativos de garagens se foi. Acredite.
Nada que seja criado com boa vontade e algumas peças baratas vai ter futuro.

Se tentei? Não nem tentei, Depois de ter pensando sobre tudo isso, desanimei.

Mas ainda queria ser produtivo de alguma forma! Me sentia obrigado e isso estava tirando minha paz de espírito.

Então fiz a única coisa que um cara sem grana nem aptidões matemáticas que valham alguma coisa (as quatro operações não contam) poderia fazer. Comecei a escrever. E tive uma grata surpresa.

Parece uma visão negra. Mas diria eu que é inspiradora e tranqüilizadora.
É a esperança de sucesso para alguns ou simplesmente o alivio de se sentir-se um contribuinte valoroso desse mundinho triste que é filho nosso. E o que é melhor eu gosto de escrever! Se isso é bom eu não sei, só sei que gosto e tem meu nome! Eu sou o que escrevo ou escrevo o que sou. Enfim essa é uma idéia perigosa que irei digerir com mais calma.

A Beleza da coisa é que a paz de espírito a sensação de ser um contribuinte ativo da raça humana e coisa e tal, fica ao alcance de uma esferográfica dessas que se ganha (ganhava) aos montes dos políticos em época de eleição. E se o caminho for comprar a dita cuja, mesmo com quarenta por cento de imposto embutido pelo governo ainda assim sai bem mais em conta que o acelerador de partículas.

Como os protótipos feitos nas garagens, às primeiras tentativas com a caneta, tendem a criar monstruosidades como esse texto aqui. O Caminho não é fácil, mas pelo menos é barato. Além disso, existe possibilidade de se ganhar alguma notoriedade mesmo que só entre os amigos e a família. O que, convenhamos, é muito mais do que qualquer um de nós conseguira ganhar com sua garagem.

Eu particularmente escrevo no quarto. Deixei a garagem só para o carro mesmo. A notoriedade ainda não veio (está muito cedo, está muito cedo).

Quem sabe eu não acabe escrevendo em alguns anos algum romance tecnológico cheio de garagens produtivas. Tudo saindo da caneta.

Se escolher a cravejada de diamantes eles fazem até um desconto.